Se você já jogou bilhar (ou sinuca, como é conhecida a variação brasileira do esporte), talvez já tenha se perguntado do que as bolas são feitas. As pessoas sempre jogaram diversas variações do bilhar e outros esportes similares desde pelo menos o século XVI. O jogo sempre mudou ao longo do tempo, mas as bolas só receberiam uma atualização considerável na década de 1920. Antes disso, as bolas eram feitas de madeira ou marfim.
Os historiadores não sabem dizer com exatidão quando o primeiro jogo de bilhar foi inventado. Alguns documentos registram a existência de um jogo de jardinagem praticado pela nobreza francesa na década de 1340, que seria como uma mistura do bilhar com o croquet (jogo derivado do golfe). No início dos anos 1700, o jogo evoluiu consideravelmente e transformou-se em um modelo muito parecido como conhecemos atualmente, embora continuasse sendo praticado principalmente pela nobreza francesa e britânica. O bilhar era, a essa altura, um jogo praticado em uma mesa e não mais ao ar livre. Os tacos também já eram usados para jogar as bolas nos bolsos da mesa.
As primeiras bolas de bilhar eram feitas de madeira, pois o material era razoavelmente barato. Mas quando os europeus começaram a colonizar a África e a Ásia, eles desenvolveram o gosto por materiais exóticos das terras estrangeiras. O marfim obtido das presas dos elefantes tornou-se popular entre as classes mais altas do século 17, como uma maneira de mostrar visivelmente sua riqueza, seja em uma bengala, nas teclas de um piano ou nas bolas de uma mesa de bilhar. As bolas de bilhar feitas de marfim eram muito mais bonitas do que as feitas de madeira, além de ser bem mais “chique”. Afinal, tenha em mente de que estamos falando de um esporte que era praticado pelas camadas mais altas da sociedade.
Mas as bolas de marfim não eram indestrutíveis. Elas eram propensas a amarelar com a idade e costumavam rachar em climas úmidos ou se fossem atingidas com força excessiva. Como o bilhar continuou a crescer em popularidade durante a primeira metade do século XIX, a demanda por presas chegou a até mesmo ameaçar seriamente as populações de elefantes na África e na Ásia.
Em 1869, com a popularização do bilhar subindo juntamente com o custo do marfim, a fabricante de mesas para a prática do esporte, Phelan e Collender, decidiu desafiar seus clientes oferecendo 10 mil dólares para qualquer pessoa que pudesse inventar uma bola de bilhar que não fosse de marfim. O anúncio chamou a atenção de John Wesley Hyatt, um inventor de Albany, NY.
O Hyatt combinou cânfora com álcool e nitrocelulose, moldando-a em uma forma esférica sob extrema pressão. O produto final não rendeu a ele o prêmio de 10 mil, mas sua criação é considerada até hoje um dos primeiros plásticos sintéticos. Nos anos seguintes, ele continuaria a refinar as bolas de bilhar com celulóide, mas o material continuava a ser um substituto ruim para o marfim, pois não era nem de longe tão durável.
Em 1907, o químico norte-americano Phelan Leo Baekeland inventou uma nova substância parecida com um plástico chamada baquelite. Ao contrário das bolas produzidas por Hyatt, as bolas feitas de baquelite eram duráveis, fáceis de produzir e não tinham o risco de “estourar” durante uma partida. Até meados da década de 1920, a maioria das bolas de sinuca eram feitas de baquelite.
As bolas de bilhar atuais são geralmente feitas de resinas acrílicas ou plásticas, que são extremamente duráveis e podem ser personalizadas de acordo com os padrões mais rigorosos.